As formas que desencadeiam o processo que leva à
precipitação podem ser várias e daí surgirem diferentes tipos de precipitação:
as chuvas frontais, as orográficas ou de relevo e as convectivas. Estes tipos
de chuva distinguem-se pela forma como o ar ascende, isto, porque depois de
iniciar este movimento os mecanismos que vão levar à precipitação são sempre
iguais: o ar expande-se, arrefece até atingir o ponto de saturação, dá-se a
condensação, formando-se as nuvens, podendo, então, ocorrer a precipitação.
À Descoberta do Clima do Mundo
sexta-feira, 15 de maio de 2015
Chuvas convectivas
Este tipo de chuvas resulta da subida do ar por
convecção térmica. As elevadas temperaturas que se verificam ao nível do solo
provocam fortes correntes de ar ascendentes, uma vez que o ar, em contacto com
o solo quente, vai aquecer ainda mais, tornar-se mais leve e subir. Este ao subir
vai arrefecer, aumentar a humidade relativa, atingir o ponto de saturação,
depois condensar e gerar nuvens que resultam na precipitação. Normalmente
provocam fortes aguaceiros, por vezes acompanhado de trovoada, que procedem de
nuvens de grande desenvolvimento vertical como os cúmulos e os cumulonímbos e
abrangem uma área curta.
As chuvas convectivas são bastante frequentes nas
regiões equatoriais onde a temperatura e a humidade são muito elevadas. Podem
ocorrer também nas regiões de clima temperado continental, durante o verão.
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Chuvas orográficas ou de relevo
Neste tipo de chuvas, as massas de ar, carregadas de
humidade, são obrigadas a subir quando encontram uma barreira orográfica. Ao
ascender o ar arrefece, a humidade relativa aumenta, ocorre a condensação,
formam-se nuvens e ocorre precipitação.
Uma vez ultrapassada a barreira o ar começa a descer
sofrendo nesse momento um aquecimento. Neste caso a precipitação é pouco
intensa mas de longa duração.
Este tipo de chuva está muito presente em zonas
montanhosas (ex. Cordilheira Central). Em Portugal pode observar-se este
fenómeno sobretudo no Norte pois é mais montanhoso (ex. Serra
do Gerês e da Peneda). As massas de ar vêm do oceano carregadas de humidade e
ao encontrarem inúmeras barreiras orográficas descarregam essa humidade.
Nas montanhas existe sempre uma vertente que é mais
pluviosa que outra, uma vez que o ar quando chega à outra vertente já perdeu a
sua humidade e apresenta-se seco. É neste sentido que se formam os desertos
orográficos.
Esta é uma das razões que faz com que algumas áreas
montanhosas sejam das mais pluviosas do globo, como é o caso da vertente sul
dos Himalaias.
O tipo exato de nuvem que está associado a este tipo
de chuva depende da altura do obstáculo topográfico, da humidade e da
estabilidade do ar. Assim:
→
em pequenas elevações(<2000m) podem formar-se estratocúmulos;
→ em
elevações médias(≈ 2000m) podem formar-se altocumulos;
→ em
altas elevações(>2000m) podem formar-se altocumulos.
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Fig.
2
– Chuvas Orográficas.
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Chuvas Frontais
Quando massas de ar com características térmicas diferentes entram em contacto, não se misturam e formam uma faixa de separação entre elas que se denomina superfície frontal. Á interceção da superfície frontal com a superfície terrestre dá-se o nome de frente, que pode ser quente ou fria. Uma perturbação frontal é o conjunto de duas frentes, uma quente e outra fria, associadas a um centro de baixas pressões.
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Fig. 1 – Superfície Frontal e Frentes. |
As chuvas frontais resultam desse contacto entre
duas massas de ar com características diferentes (uma quente e outra fria). Neste
caso, na frente fria o ar por ser mais denso e pesado vai penetrar por baixo da
massa de ar quente e, desta forma, obriga-la a subir de forma abrupta e rápida.
Ao ascender o ar vai ficando cada vez mais frio, a humidade relativa vai
aumentar até à saturação, depois dá-se a condensação, a formação de nuvens e,
por fim, a precipitação. Neste caso, formam-se nuvens de grande desenvolvimento
vertical (como, por exemplo, cumulos e cumulunimbos) que podem formar barreiras
que ultrapassam os 1000 km de comprimento. Daqui resultam fortes aguaceiros de
curta duração.
Por outro lado, na frente quente o ar quente, por
ser mais leve e menos denso, avança gradualmente sobre o ar frio, arrefecendo
mais lentamente, havendo formação de nuvens de desenvolvimento mais horizontal como
cumulos e estratos (nuvens estratificadas), podendo não ocorrer precipitação.
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Fig. 2 - Chuvas Frontais resultantes do contacto entre uma frente fria (massa de ar frio) e uma frente quente (massa de ar quente). |
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Fig. 3 – Nuvens associadas às chuvas frontais numa frente fria. |
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Fig. 4 – Nuvens associadas às chuvas frontais numa frente quente. |
A
natureza destas chuvas vai depender da quantidade de humidade que o ar vai
adquirir e também se estamos perante a ação da frente quente ou da frente fria.
Isto porque os estados de tempo associados a uma frente quente ou a uma frente
fria são diferentes.
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Fig. 5 - Estados de tempo associados à passagem de uma frente quente e uma frente fria. |
Nas latitudes médias e altas este tipo de
precipitação é a mais recorrente, sobretudo entre os 40º e os 65º, influenciando
os estados do tempo e os respetivos climas. Portugal, localizado na Zona
Temperada do Norte, é influenciado, sobretudo no Inverno, por estas
perturbações frontais.
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Fig.6 Latitude e Longitude. |
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Fig.7
– Portugal afetado por uma frente fria.
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